por Denisson Santos
Câmara Municipal de Canindé de São Francisco. |
Ainda está mantido o
tabu! Desde a inauguração da Nova Canindé, nenhum grupo político se manteve por
mais de oito anos na administração do poder executivo municipal. Sobretudo, daqueles
tempos até hoje, a Câmara Municipal nunca abrigou a mesma legislatura. A cada
quatro anos, no máximo três dos integrantes do legislativo municipal renovam
seus mandatos através de contrato firmado com o voto do povo.
Quais seriam as causas
das ‘demissões’ e, ainda, das ‘renovações’ contratuais? O papel deste blog é
elaborar uma análise crítica, mostrando aos leitores a verdade em cada caso,
sem intenções de fazer média com um ou outro vereador.
Dentre os reeleitos,
dois já se profissionalizaram como vereador. Ao risco de, por usucapião, possuírem
as escrituras de suas cadeiras. São eles Adriano de Bomfim e Luciano. O
primeiro, em seu quinto mandato, possui como projeto mais relevante até hoje
apresentado a necessidade de se realizar teste de bafômetro nos vereadores
canindeenses antes de cada sessão. Pelo qual foi motivo de piada em todo o
estado. O segundo conquistou o seu quarto mandato. Famoso pelos discursos fortes
na tribuna do plenário, ele é responsável por manter vivo o nome ‘Galindo’ no
cenário político municipal. Ambos integraram continuamente a bancada de
oposição nesses últimos oito anos e, a partir de janeiro devem liderar a
bancada do futuro governo
.
O terceiro a ter o
contrato renovado com a casa do povo foi o seu atual presidente, vereador Pank.
Audacioso, se tornou presidente da Câmara após romper com o governo de
Orlandinho. Assim, antecipando a famosa manobra política feita pela deputada
Angélica Guimarães e seus correligionários a fim de manter sua presidência na
Assembleia Legislativa de Sergipe. Pank foi o responsável pela reforma do
plenário Ademar Rodrigues. Devido às suas idas e vindas entre situação e
oposição e, após negar apoio à candidatura de Ednaldo da Farmácia, não se pode
afirmar ao certo qual sua posição em relação ao governo de Heleno Silva.
Após ser derrotado no
pleito eleitoral de 2004 perdendo sua vaga para o vereador Tutucha, Manoel Doutor
volta a Câmara para assumir seu terceiro mandato como membro da bancada de
governo de Heleno Silva. Embora o município não tenha sentido sua falta, assim
como não sentirá a do ‘vereador mudo’. Em sua história política, Manoel
Paciência da Silva tem registrada a sua participação no roubo das urnas em
1997. Roubo tal liderado pela dupla Genivaldo Galindo e Floro Calheiros.
Foram sete aqueles
eleitos pela primeira vez a uma cadeira no legislativo municipal. Dentre estes,
apenas um figura como membro da futura bancada de situação, o vereador eleito
Rildo. Dos outros, que devem unir-se para formar o grupo de oposição, lista-se
os nomes de Everaldo Nunes, Eliel Caetano, Valdir Andrade, Ivone de Tony,
Ronildo da Educação e Francisco de Paes Andrade.
Ao obter maioria, os
vereadores provenientes da coligação de Ednaldo da Farmácia e Marcondes Marinho
podem eleger de seu meio o presidente da Câmara Municipal. Assim, espera-se que
mantenham sua oposição ao futuro governo de maneira honrada e consciente. Fiscalizem
o executivo. Acima de tudo, que cumpram sua função quanto representantes do
povo, ouvindo suas necessidades e legislando por elas, sem troca de favores. Ou
talvez, daqui a quatro anos o povo pode fazer-lhes o favor de limpar a Câmara,
ainda que parcialmente.