Apoio ou Desapoio ?!

João amava Teresa que amava Raimundo 
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história.

Carlos Drummond de Andrade

Muitos já devem ter se divertido com esse famoso poema de Carlos Drummond de Andrade. Vivemos situação idêntica a essa nas eleições municipais em Canindé de São Francisco e que, por enquanto, tem sido semelhantemente divertida.

Antes de serem montadas as coligações, muito se especulava. Até então, todo mundo era santo. Hoje se vê muitos utilizando das ‘independentes e nada imparciais’ emissoras de rádio canindeenses para definir os limites entre o céu e o inferno. Sobretudo, nomear anjos e demônios esquecendo-se dos tempos em que lideravam as legiões.

Até o último momento, o candidato da oposição buscava o apoio do atual prefeito para a empreitada. Ao perceber a impossibilidade de receber tal apoio, acenou e ainda acena com uma chuva de críticas escabrosas direcionadas a administração atual. Para dramatizar ainda mais a situação, utilizou como estratégia para limpar a imagem de sua coligação histórica e ideologicamente incompatível o anúncio de falsos apoios. Isso tem tornado o processo eleitoral ainda mais cômico. Pois causando constrangimentos para a coligação de oposição, esses mesmos apoios tem desmentido um anúncio após o outro. Assim o fez Frei Enoque há alguns dias e, mais recentemente, o governador de Sergipe, Marcelo Déda.

As mais espantosas e divertidas críticas vem da ex-secretária de educação. Não lembrando o fato de ter sido ela a gestora da pasta por um longo período, faz condenações à má qualidade dos serviços prestados pela própria secretaria. Como posso reclamar que meu quarto encontra-se desarrumado se eu mesmo sou o responsável por mantê-lo organizado? Sobremaneira, se meu quarto está nesse estado, como posso ainda recriminar a desorganização da casa como um todo?

Ademais, que prestígio e respaldo poderia dar-se às palavras de uma pessoa que utiliza um meio popular de comunicação para realizar ‘jogos políticos’ há mais de duas décadas? Mas, isso ainda é assunto para outros escritos.

Como já ensinara o sábio Drummond, é preciso olhar de trás para frente (ou de maneira retrógrada) o desenrolar dos fatos no poema para compreender A Quadrilha. Façamos isso em Canindé. Assim  os compreenderemos. Ou não!