“Agentes públicos que
se deixam corromper e particulares que corrompem são, corruptos e corruptores,
os profanadores da República, os subversivos da ordem institucional, os
delinquentes, os marginais da ética do poder”. As palavras do Ministro do
Supremo Tribunal Federal – STF, Celso de Mello, resumem a indignação geral do
povo brasileiro com a corrupção ainda reinante na administração do dinheiro
público. Elas representam a evolução no tratamento destinado aos corruptos,
sobretudo os políticos, dando-nos motivos para comemorar os 190 anos da
proclamação de independência.
Exatamente há um ano, o
Congresso Nacional absolvia a deputada Jaqueline Roriz. Flagrada recebendo
dinheiro do chamado mensalão do DEM de Brasília, não recebeu punição alguma.
Aliás, após receber a absolvição do Conselho de Ética da Câmara, ela foi
convidada a integrar a Comissão de Revisão de Normas do Código Civil
Brasileiro. O fato dispensa comentários.
Parafraseando o ilustre
sergipano Ayres Britto que, por sua vez, citou o padre Antônio Vieira, “o
avanço no patrimônio público e o fazer do patrimônio público um prolongamento
da casa, da copa, da cozinha são coisas antigas neste Brasil”. Porém, os tempos
são outros. Para o bem do povo e felicidade geral da Nação, o STF começa a
fazer história ao apontar o fim da impunidade para quem rouba o bem público.
Cinco dos 37 acusados a participar do maior escândalo de corrupção da história
política do país já foram condenados. O milhão de assinaturas que fizeram ser
aprovada a Lei da Ficha Limpa espera que os outros 189 milhões de brasileiros a
façam valer.
Os jovens de Canindé de
São Francisco, sobretudo, torcem para que toda a sociedade canindeense faça
valer essa lei. Mesmo temporariamente liberados pela justiça, que os candidatos
fichas-sujas sejam derrotados pela memória do povo, nas urnas. Pois não existe
pessoa mais indigna de cargo público que aquela que rouba de seu próprio povo.
A cada desvio de dinheiro público mais uma criança passa fome, mais uma escola
fica sem merenda, mais uma localidade sem saneamento, sem mais um hospital, sem
ambulâncias.
"Acreditávamos que
tínhamos conquistado a independência, mas não tínhamos. A mesma corrupção, o
mesmo saque, o mesmo terror estão aí."
Anna Hazare
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