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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A favor da Honestidade II

Denisson Santos




Charge de autor desconhecido




Há uns 16 anos, Canindé de São Francisco era apenas mais um povoado na beira do Rio São Francisco, cercado de vegetação da caatinga. A população vivia basicamente da pesca, da caça e da criação de gado. Em 1987, começou a ser construída a Usina de Xingó - considerada uma das maiores do Brasil. As obras atraíram milhares de trabalhadores que se incorporaram à população original da cidade. Os forasteiros que chegavam para construir a usina transformaram a paisagem de pobreza do sertão em uma de desenvolvimento aparente.

Foi nesse período que o empresário Genivaldo Galindo da Silva chegou a Canindé de São Francisco. Natural de Pernambuco, ele se instalou em Sergipe com uma empresa de locação de carros, trabalhando na obra da construção da usina para as empreiteiras. Tinha negócios também na Bahia. Passado algum tempo, foi candidato à prefeitura, perdeu a primeira eleição, até finalmente conseguir se eleger por dois mandatos.

A disputa pelo poder em Canindé de São Francisco sempre esteve associada a registros policiais e à impunidade. Um dos líderes locais, Delmiro Miranda de Brito, que havia assumido a Prefeitura em 1992, foi encontrado morto em seu carro, em maio de 1993. O inquérito policial para apurar se foi realmente um acidente continua sem conclusão, e há fortes suspeitas de que alguém tenha encomendado sua morte.

Até hoje não foram punidos os responsáveis pela chamada Chacina de Canindé, em 20 de janeiro de 1995. Foram mortos Ademar Rodrigues de Assis, então presidente da Câmara de Vereadores, seu segurança, um mecânico e uma outra pessoa que estava em sua companhia. 

Outra morte suspeita, em fevereiro de 2000, foi a de Maria Paulina dos Santos, 33 anos, grávida, que seria candidata a vice-prefeita de Canindé na chapa do ex-prefeito Jorge Luiz de Carvalho. Ela retornava de sua fazenda em Alagoas, quando seu carro teria derrapado e caído num abismo de 30 metros. Existem suspeitas de assassinato. 

Na luta pelo poder, os meios de comunicação geralmente são usados como uma ferramenta para apoiar ou destruir políticos. Sobretudo as rádios servem de palanque para futuros candidatos a cargos públicos - incluindo os próprios jornalistas e radialistas. Estes utilizam os meios de comunicação para fazer carreira política e acabam perdendo o parâmetro da responsabilidade do bom jornalismo.

Cabe assim à juventude, com sua visão crítica, abrir os olhos dos mais ingênuos. Garantir que o futuro de nossa cidade não seja entregue ao passado. Que em nossas mãos estejam as decisões e das nossas cabeças saiam as ideias para o bem dos nossos, do povo canindeense. Especialmente, fazer com que os esforços de alguns 'jornalistas' para iludir os menos favorecidos com falsas verdades sejam em vão.


Adaptado de Proyecto Impunidad

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